Dissertação aborda a inserção de políticas sociais nas empresas
07.03.2012 | 11:55
A responsabilidade social na empresa e a inclusão pelo trabalho é o viés da dissertação da mestre em Política Social pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Taís Ullrich. A pesquisa, orientada pela professora Raquel Sparemberger, teve como estudo de caso o posto de combustíveis pelotense Cidadão Capaz. O estudo busca contribuir no estabelecimento de um conceito de responsabilidade social, sobre o qual ainda não há consenso formado. A dissertação aponta que as empresas que optam por contribuir através de políticas sociais geram benefícios tanto para seu negócio quanto para os funcionários e a sociedade.
Graduada em Administração, Taís procurou analisar o comportamento de uma empresa de pequeno porte – e, portanto, eximida da Lei 8.213, que obriga as empresas com mais de cem funcionários a manterem um número de 2% a 5% do quadro de pessoas com algum tipo de deficiência. Assim, o Cidadão Capaz foi escolhido por ter menos de 20 empregados e fomentar a postura de inclusão por preferência do empresário.
A pesquisadora entrevistou empregados do posto e também ex-funcionários. O grupo foi unânime em apontar que se sente valorizado com o trabalho. No entanto, apesar do ambiente favorável no local onde atuam, ainda falta estrutura nas adaptações arquitetônicas do município e acessibilidade no transporte coletivo. A limitação ao crescimento da inclusão passa ainda pelo enfrentamento de questões subjetivas – como a discriminação. “O ambiente de trabalho é propício. Porém, para chegar até lá ainda se impõem restrições”, disse.
Segundo Taís, a política social nas empresas é uma nova leitura frente à crise do poder público, a globalização e o neoliberalismo. Ou seja, quando a iniciativa do Estado é ausente ou insuficiente, o empresariado pode fazer esse papel. “Quanto mais empresas entrarem nesse ramo, incluírem pessoas ou derem atenção ao meio ambiente, por exemplo, mais a sociedade pode ganhar com isso. Mas sem deixar de cobrar o que é de encargo do Estado suprir”, apontou.