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Conferência de Formação Docente trabalha evolução, ciência e teologia
11.08.2011 | 17:32
Conferência de Formação Docente trabalha evolução, ciência e teologia
Dentro das atividades propostas pelo Programa de Aperfeiçoamento Docente da Universidade Católica de Pelotas (PADoc/UCPel) para este ano, ocorreu a 3ª Conferência da Formação Docente, no Auditório Dom Antônio Zattera da UCPel. A atividade propôs palestra e discussão sobre o tema “Evolução, Ciência e Teologia”, na manhã de quarta-feira (10). Direcionada aos professores da Católica, a atividade contou com o padre Erico Hammes como palestrante.

A proposta do PADoc está baseada em três princípios fundamentais: a concepção interacionista de aprendizagem; a identidade católica – solidariedade, alteridade e ética; e a lógica da complexidade e presume a participação do corpo docente e o exercício da autonomia. “A participação dos professores é bastante positiva e estamos ampliando o programa neste segundo semestre. Além do planejamento feito para 2011, a proposta é uma reflexão entre os professores para extrair subsídios para o programa daqui para frente”, disse a pró-reitora acadêmica, Myriam Siqueira da Cunha.

Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana e professor da graduação e do mestrado em Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), Hammes alertou que crer é um ato de liberdade frente à natureza e que não segue da natureza. “Por mais que eu me esforçasse, eu não conseguiria mostrar para vocês, agora, que Deus existe, assim como um ateu não conseguiria me provar que Deus não existe”, explicou o professor. Segundo ele, Deus pode existir sem que alguém O encontre, pois Ele não depende de ninguém para existir. “Cientificamente, Deus não serve para nada. Deus não é dedutível. Mas, mesmo trabalhando em um laboratório, eu posso crer em Deus, não preciso procurar vestígios dele nas moléculas para provar sua existência. Posso crer que Ele existe por ser um ato de liberdade”, disse o palestrante, ao exemplificar: “A flor, por si, só não faz versos. Precisa do poeta para transformá-la em um poema. Este poeta somos nós”, afirmou. “Não sei se é necessário provar que Deus existe, creio que nem adianta. O cientista não depende de minha fé e eu não dependo da ciência, mas estamos em um espaço de liberdade”, disse o padre.

Após um pequeno intervalo, o palestrante propôs conversas e discussões entre os professores. “São ricas atividades como essa e fundamental poder trabalhar com docentes, reconhecendo que não são somente docentes, mas pessoas que têm uma competência maior com questões humanas. É louvável a diversificação dos temas trabalhados pela UCPel no PADoc”, disse Hammes.

Para o diretor do Instituto de Cultura Religiosa da Universidade, padre Flávio Martinez de Oliveira, a organização do evento foi muito boa, assim como a participação dos docentes. “Os temas propostos podem parecer bastante específicos, teológicos, mas esperamos que as questões da evolução possam tocar na discussão de nossos professores entre ciência e fé”, concluiu.

O diretor do Instituto de Teologia Paulo VI, Carlos Rômulo, analisou que uma reflexão é um espaço de perguntas e possíveis respostas, espaço de criatividade da própria Universidade. “Quando uma questão é colocada, ela provoca, mexe, e isso é bom para a Universidade. Sempre provoca algo novo”, disse.

Idealizado e implementado em 2006, o PADoc atua como eixo centralizador das estratégias de formação docente. Desde então, diversos eventos e atividades foram realizados e várias temáticas foram trabalhadas, entre elas “Ciência e conhecimento”, “A identidade da Universidade Católica” e “O diálogo entre ciência e fé”. 
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