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Comportamento do eleitorado gaúcho é apresentado no evento Cenários
05.10.2018 | 18:07 | #edr
Comportamento do eleitorado gaúcho é apresentado no evento Cenários
A menos de dois dias das Eleições 2018,a diretora do Instituto de Pesquisa e Opinião (IPO), Elis Radmann, traçou um perfil do eleitorado gaúcho durante a realização do evento Cenários, Expectativas e Oportunidades, ocorrido na Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Descrença na classe política e influência negativa da internet foram os destaques da fala da cientista social. 

A partir de diversos dados, Elis demonstrou que 97% dos gaúchos não confiam em partidos políticos. Nacionalmente, 90% não confia no Congresso Nacional e 82% desaprova o governo de Michel Temer. “Esses índices no Rio Grande do Sul são muito parecidos”, afirmou. 
 
Sobre a votação da reforma da presidência, com alterações na aposentaria, 87% dos gaúchos são contra. “Isso demonstra o descompasso entre eleitores e políticos, que não levam em consideração a opinião de seu eleitorado”, alertou. Em temas polêmicos, como o aborto, quase 70% condena o ato; entretanto 52,2% é a favor a pena de morte e 78,5% é a favor da redução da maioridade penal. 
 
Entre os anseios, os gaúchos revelam maior preocupação com os temas da saúde, segurança e educação, assim como os demais estados do país. 87% afirmaram não realizar nenhuma atividade de forma coletiva. “O uso da internet ampliou o individualismo, reduziu o sentimento de coletividade e amplia sentimentos como indignação, incapacidade, impotência”, disse.

Cenário eleitoral
 
No cenário eleitoral, a maior parte dos brasileiros deverá definir o voto através da exclusão; e não por adesão. “A escolha se dará a partir do menos pior e o voto será mais emotivo”, adiantou. De acordo com Elis, o governador do estado terá perfil de centro-direita com a Assembleia Legislativa mais à esquerda.
 
Na avaliação da cientista política, em caso de vitória dos dois primeiros colocados na corrida presidencial (Jair Bolsonaro ou Fernando Haddad), o cenário econômico continuará difícil pelo próximos dois anos, tempo necessário para o entendimento das novas políticas pelo mercado. 
 
Essa eleição será marcada pelo efeito multitela, em que eleitores assistem o debate e procuram informações do candidato na internet. Elis frisa que a televisão segue passando credibilidade, mas o relacionamento se dá através das redes sociais. 
 
Ela ainda destacou durante sua fala que a grande mudança desejada pela maior parte da população brasileira se dá no âmbito municipal. “Precisamos acabar com o individualismo, ser mais ativo e participativo, investir no capital social para criar novos políticos”, comentou. Deixar de ser objeto da internet, transformando-se em sujeito, foi outro conselho dado pela palestrante.

Criado inicialmente para auxiliar no planejamento estratégico da UCPel, o Cenários ganhou relevância por reunir lideranças da região, gestores, empresários e representantes de entidade de classes e estudantes. A edição 2018 tratou ainda sobre temas como inteligência artificial em saúde, inovação tecnológica, questão penitenciária e apresentou dados parciais do Censo Agropecuário 2017 do IBGE. 

Redação: Rita Wicth – MTB 14101 

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