Ele é um movimento não tão conhecido quanto o colega de mês, o Outubro Rosa. Mas o Outubro Urbano, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que está em sua segunda edição, tem tudo para ganhar espaço. Pelo menos pela relevância do tema: a reflexão e a geração de conhecimento das questões urbanas. Na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo dedicaram-se a levantar informações sobre o evento a fim de criar espaço de discussão sobre o assunto.

O Outubro Urbano é dedicado à sensibilização, promoção da participação e engajamento sobre temáticas urbanas. Com diversas ações pelo mundo todo, se caracteriza como uma espécie de plataforma onde pessoas, organizações, cidades e governos podem se engajar em atividades que discutam os desafios e possíveis soluções para a urbanização contemporânea em níveis municipal, estadual, nacional e regional. Conforme o levantamento do grupo, no Brasil, apenas uma cidade em Santa Catarina promoveu ações ligadas ao Outubro Urbano. 

De acordo com a professora da disciplina de Planejamento Urbano e Regional, Joseane Almeida, é importante que instituições de ensino superior estejam inseridas nos debates. Por isso, fez a proposta aos alunos da disciplina.

Dentro do Outubro Urbano, são dois os principais eventos: o Dia Mundial do Habitat, no dia 05, e o Dia Mundial das Cidades, celebrado no dia 31. O primeiro teve como linha principal de debates Espaços Públicos para Todos. O segundo, Desenhado para Viver Junto. Os eventos tinham a proposta de debater a importância das ruas e dos espaços públicos em áreas urbanas, vilarejos e cidades, além de projetos que transformem cidades e bairros em locais mais inclusivos e com melhor qualidade de vida, apontando a necessidade de lugares e ruas públicas bem desenhadas e geridas. "A rua precisa voltar a ser um espaço de convivência. Quanto mais gente na rua, mais viva, animada, segura, feliz e humana ela é", apontou a professora.

Dentro dos assuntos levantados pelos alunos da UCPel à luz do Outubro Urbano estiveram a necessidade de chamar a atenção da população e do poder público sobre a temática e também a ideia de reduzir o uso do carro. Segundo eles, 75% das emissões de carbono das cidades são produzidas pelo automóvel. Um transporte público de qualidade, explicaram, contribuiria ainda para liberar espaço físico e reduzir a poluição, além de oportunizar que as ruas sejam "apropriadas" pelas pessoas. Para exemplificar, a professora destaca uma frase de Enrique Peñalosa, prefeito de Bogotá, na Colômbia: "uma cidade boa não é aquela em que o pobre anda de carro, mas onde o rico anda de ônibus". Isso, segundo os estudantes, é uma cultura que precisa ser construída. Afinal, as ruas com as quais convivemos foram desenhadas para veículos - vias grandes e calçadas pequenas. "Aos poucos, a transformação tem que ser pautada. A academia é o lugar permanente para isso. Onde o arquiteto pode entender seu papel para produzir cidades mais humanas e equilibradas", disse Joseane.

Participaram da discussão os alunos Jéssica Magalhães, Marcia Beatris da Silva, Matheus Neves, Ronald Silveira Júnior e Thaís Castro.

O curso de Arquitetura e Urbanismo está entre as 23 graduações oferecidas pela UCPel em seu Vestibular de Verão 2016, que ocorre dia 22 de novembro. As inscrições podem ser feitas pelo investimento de R$ 150,00 para Medicina e R$ 50,00 para os demais cursos até o dia 03 de novembro. Após essa data, os valores sobem para R$ 180,00 e R$ 80,00 respectivamente. As inscrições podem ser feitas até o dia 13 de novembro. Mais informações disponíveis no site do Vestibular.