Patrimônio Histórico do Estado e abrigo de reuniões de autoridades nos anos 20, o Castelo Simões Lopes foi o local escolhido para que 22 estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) desempenhassem, na prática, aquilo que aprendem nas aulas. Os acadêmicos realizaram um reconhecimento do estado atual do prédio histórico e propuseram possibilidades de uso por meio de um levantamento cadastral.
A ideia foi da professora Laura Zambrano, responsável pela disciplina de Ateliê 7 e arquiteta do programa Monumenta da Secretaria de Cultura de Pelotas (Secult). Ela buscou desenvolver um trabalho acadêmico em benefício da cidade através de um diagnóstico das patologias do Castelo como uma etapa prévia da esperada restauração do local. “Nosso estudo poderá ser aproveitado pela prefeitura, o que torna nosso trabalho ainda mais importante e gratificante”, afirma.
O trabalho realizado durante o primeiro semestre deste ano foi feito em duas etapas: o levantamento cadastral, que possibilitou aos alunos o contato com a estrutura física do local, como fachada e planta baixa, e a proposta de uso da estrutura do Castelo, esse sendo um exercício exclusivamente acadêmico. De acordo com a professora, em ambas as etapas, os alunos se envolveram com entusiasmo. Quando desafiados a sugerir possibilidades de uso para o local, diferentes ideias surgiram, desde hotel e jardim botânico até livraria e centro de eventos.
O estudante Miguel Tarouco foi um dos envolvidos no projeto. Para ele, ter tido contato com um prédio que representa a riqueza patrimonial de Pelotas é motivo de orgulho. “O Castelo recebia muitas pessoas importantes e é de grande valia ter trabalhado aqui, aliando técnicas construtivas ao verdadeiro valor cultural deste lugar”, disse.
Assim como ele, a acadêmica Tiane Rockembach também participou das atividades de levantamento e proposição no Castelo. Ela conta que, após cada aluno realizar sua parte no levantamento com auxílio de fotos e plantas, todos notaram a importância do trabalho que estava sendo realizado no Castelo. “Foi a primeira vez que fizemos este tipo de atividade, lidando com restauro e patrimônio. É muito bom estudarmos em uma cidade história que nos proporcione ligação entre teoria e prática”, afirmou Tiane.
De acordo com a professora Laura Zambrano, cerca de 70% do trabalho de levantamento cadastral está feito. Os alunos não realizaram práticas que envolvem risco à segurança em função das precárias condições do Castelo, porém, segundo Laura, “o trabalho tem grande valor, pois foi realizado como um exercício acadêmico em serviço da comunidade”.