Um semestre dedicado para o estudo de novas formas de utilização do Theatro Guarany. 22 acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), divididos em nove grupos, apresentaram como conclusão da disciplina de Atelier VII ideias criativas para requalificar espaços até então não aproveitados. Diagnóstico de conservação para identificar patologias e desajustes no edifício com sugestão de possíveis formas de recuperação também foi realizado.
As propostas apresentadas para a proprietária do espaço contemplaram intervenções tanto estéticas quanto cultuais. Como parte da primeira etapa, todo um levantamento histórico e arquitetônico foi realizado para a criação de uma base de dados. Posteriormente, iniciaram as avaliações das possibilidades de usos e incrementos.
“Os trabalhos apresentados resultaram em ideias marcantes e inovadoras, que, reunidas, dariam um projeto de excelência”, comenta a coordenadora do curso, professora Laura Zambrano. Como novas formas de utilização do edifício, os acadêmicos surgiram projetos de requalificação do terraço, propostas para criação de um forro localizado na parte superior da plateia, acessibilidade de todo o Theatro e espaços de comercialização.
Olhar para novas possibilidades
Trabalhar com o Theatro Guarany foi um grande desafio para os acadêmicos do curso devido ao seu tamanho e pela edificação ser inventariada, o que obriga o conhecimento de legislação específica para intervenções. Todo o levantamento de documentação do Theatro, como planta baixa, cortes e detalhamento vertical da edificação, fachadas, cobertura histórica e detalhamento de piso e forro foram realizados e entregues para a proprietária.
Logo após, iniciou a etapa de diagnóstico de patologias apresentadas e possíveis soluções, para só então iniciar as propostas de intervenção. Para a acadêmica Taís Moscarelli, de 31 anos, o resultado do trabalho foi satisfatório e oportunizou uma experiência diferenciada dentro do curso. “Ficamos orgulhosos com o resultado, principalmente por ter sido um trabalho intenso e que precisou de conhecimentos e cuidados específicos devido à particularidade do edifício”, comenta.
O grupo da acadêmica propôs transformar espaços ociosos em comerciais, com a criação de doçaria, loja de souvenires e um lounge bar no espaço do terraço. O grupo também sugeriu a criação de um Centro de Informações Turísticas.
Utilização de tecnologias mais modernas em diversas estruturas foi à proposta do grupo do acadêmico Rafael Poetsch, de 24 anos. Reforma estilística, reaproveitamento do porão e da segunda ordem dos camarotes, espaços destinados a reuniões, uma choperia e criação de espaços comerciais na parte da frente foram algumas das sugestões.
Já o grupo de Raquel Andersson, de 20 anos, apresentou projeto visando aumentar o fluxo de pessoas no local. A acessibilidade de todo o edifício também foi pensada através da utilização da garagem, localizada na parte lateral, para a criação de um elevador com acesso a todos os pavimentos. “Na área em que criamos o elevador, pensamos em criar entrada com hall para não diferenciar esse público dos demais”, comenta. Espaços para lazer, convivência e leitura, associados a paisagismos, também foram pensados.