Acadêmicos dos cursos de Filosofia e Pedagogia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) realizaram na sexta-feira (05) o 3º Circuito Filosófico. Cerca de 80 alunos da Escola Estadual Professora Sylvia Mello e do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil participaram das atividades no Espaço Multiuso do Campus II.
A abertura do evento foi realizada com a interpretação da música “Comida”, do Titãs, por três acadêmicos de Filosofia que, logo após, problematizaram a canção. Divididos em sete grupos, os alunos refletiram sobre a realidade em que estão inseridos e questões de inclusão e aceitação. A aluna do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Sylvia Mello Juliana Jarces participou do segundo grupo e debateu sobre “Mito da Caverna e Tecnologias”. Os estudantes também assistiram a um vídeo mostrando o mito na atualidade. “Achamos muito interessante a realidade que o vídeo mostra. Serviu para refletirmos que a vida não é só beleza e dinheiro. Disseram que fomos libertados da caverna, mas será que fomos mesmo?”, questionou. “Hoje há muitas cavernas que nos prendem. A realidade que nos é apresentada é uma e acabamos não vendo os mais necessitados e muitas outras coisas que nos cercam”, disse Juliana.
Já o sétimo grupo trabalhou por meio de uma peça teatral encenada pelos alunos do Instituto Assis Brasil, com o tema “Retratos de uma história de vida”. Segundo a acadêmica do sétimo semestre de Pedagogia e integrante da equipe, Sônia Amaral, o debate foi em torno dos conflitos da família desestruturada. “Perante duas encenações diferentes, uma retratando uma família carinhosa, em que uns se preocupam com os outros, e outra família com um pai alcoólatra, propusemos que eles pensassem sobre como agiriam ou pensariam sobre a situação e como poderiam mudar isso”, contou. “Os conflitos familiares refletem na educação. Uma família desestruturada não significa que está perdida. Se um membro for capaz de mudar, o caso pode melhorar”. A participação da Pedagogia no evento ocorreu devido à disciplina da Filosofia da Educação, que integra a graduação.
As temáticas “Tempestade Cerebral”, “Imagens e as questões da vida cotidiana”, “Figura-Fundo e a subjetividade”, “Quem conta um conto aumenta um ponto” e “Caixa da Realidade” também foram abordadas pelos outros grupos. Após um intervalo, os alunos mudaram de grupos para refletir temas diferentes. Para encerrar a atividade, o aluno Wanderlane Caetano, do quarto semestre, apresentou o filme “A ovelhinha” e trabalhou a questão existencial. “É uma reflexão sobre como as pessoas nos enxergam e a influência disso na vida nos adolescentes. O filme mostra a questão da inclusão, de que, independente da roupa ou do cabelo, cada um é um ser único”, disse.
