Entre os dias 31 de julho e 05 de agosto duas professoras e duas alunas da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) participarão, em Brasília, do maior e mais importante evento do Serviço Social brasileiro: o 13º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS). O evento traz como tema central “Lutas Sociais e Exercício Profissional no Contexto da Crise do Capital: Mediações e Consolidação do Projeto Ético Político Profissional”. Entre os 1.351 trabalhos enviados, a UCPel teve quatro estudos selecionados para apresentação oral.
Orientadas pela coordenadora do Mestrado em Política Social, Vini Rabassa da Silva, as alunas Lisiane da Silva e Marciane Schneider, do curso de Serviço Social, integram como bolsistas o projeto de pesquisa “Contribuição e limites da ação profissional dos (as) assistentes sociais no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para a materialização de direitos sociais e o desenvolvimento da autonomia dos usuários”. Resultados parciais deste projeto ajudaram a professora e as alunas na preparação do trabalho “Condições de trabalho do assistente social junto ao Sistema Único de Assistência Social – SUAS: Precarização versus materialização de direitos”, que será apresentado por elas no Congresso. Participaram também deste trabalho Mara Medeiros e Ana Paula Nebel.
Para Lisiane, que integra o projeto desde agosto de 2009, o interessante é a experiência adquirida em contato com profissionais para a produção da pesquisa. “Aplicamos questionários para os profissionais, conhecemos referências teóricas e participamos de grupos de estudos”, disse. A acadêmica Marciane também participará do Congresso em Brasília. “É uma oportunidade que a UCPel oferece e proporciona um crescimento profissional. A apresentação de trabalhos é feita em grupos menores onde podemos debater com os autores que trabalhamos no curso e ainda há uma troca de experiência com colegas de outros lugares”, comentou.
O aprofundamento de conhecimentos é que possibilita às acadêmicas participarem de congressos nacionais. “Essa oportunidade de participação em pesquisa existe porque o curso é vinculado a uma Universidade que dá oportunidades não só em sala de aula, mas oferece projeto de extensão”, destacou Vini.
O trabalho “Em cena os brasipeus: na dialética de integração-desintegração em Madri”, realizado pela professora Vini juntamente com Simaia de Figueiredo Ferreira, também será apresentado oralmente.
Reforma Psiquiátrica
A professora do curso de Serviço Social e do Mestrado em Política Social da UCPel, Andréa Valente Heidrich, integrará as discussões sobre os desafios para o trabalho profissional na área da saúde e da assistência social. Produto de sua tese de doutorado em Serviço Social, o trabalho “A Desinstitucionalização no Processo de Reforma Psiquiátrica Brasileira”, será apresentado no Congresso por Andréa.
A pesquisa traz a ideia que a reforma psiquiátrica é mais que mudar o lugar do tratamento. “É um movimento que busca um novo lugar e uma nova visão sobre a loucura na sociedade, uma nova forma de pensar a questão”, ressaltou a professora. Por meio de análise bibliográfica, em legislação e em artigos científicos sobre o tema, a questão pesquisada foi de como a experiência brasileira está lidando com a reforma e a mudança que ela está produzindo. “A reforma psiquiátrica caminha em direção a essa transformação, mas o debate e a publicização desta discussão ainda são necessários”, concluiu.
O trabalho “O Exercício Profissional do Serviço Social no CAPS Escola: para Além da Dicotomia Teoria x Prática”, produzido pela formanda em Serviço Social Glória Maria Gomes Dravanz, traz uma reflexão sobre sua prática de estágio durante um ano e meio no Centro de Atenção Psicossocial da UCPel e da Secretaria Municipal de Saúde (CAPS Escola). O trabalho contribuiu para a socialização de informações e articulação de redes junto aos serviços de saúde do território do CAPS.
A apresentação será feita por Andréa, que orientou a aluna. Para a professora, a palavra que define o Congresso é “troca”. “Temos contato com todo o material que está sendo pensado e realizado. Além da troca de conhecimentos, as relações se fortalecem”, analisou.
O Congresso, que só ocorre a cada três anos, reúne em torno de 3 mil profissionais e divulga as questões que estão em pauta nos diversificados espaços de intervenção profissional e os variados temas de pesquisa e reflexão de assistentes sociais, docentes e estudantes de todo o país.