Dentro da programação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) o Museu Nacional de Belas Artes apresenta aos peregrinos uma oportunidade imperdível: ver obras de Leonardo da Vinci, Bernini, Correggio, Beato Angélico, Ticiano, entre outros. A exposição “A Herança do Sagrado: obras-primas do Vaticano e de museus italianos” traz, por exemplo, uma peça que fica em uma sala secreta da Capela Sistina, onde os Papas eleitos trocam suas vestimentas, e que pela primeira vez está sendo trazida aos olhos do público. A Mandylion de Edessa tem, em seu centro, uma das mais antigas representações do rosto de Cristo, datada entre os séculos III e IV.
A exposição apresenta pinturas, esculturas, jóias e relíquias e é dividida em quatro módulos: Jesus, os apóstolos, a Virgem Maria e os Santos. Esta é considerada pela direção do Museu como uma das mais importantes mostras já realizadas no país e na América do Sul, e têm atraído uma série de visitantes, embora a organização ainda não saiba precisar o número de pessoas que já apreciaram as obras.
Logo que o visitante entra na sala dedicada a Jesus, a primeira obra que vê é nada menos do que “Cristo como Salvatore Mundi” [Cristo como Salvador do Mundo], de Da Vinci.
Uma das raridades de destaque é um relicário em formato de cruz, do século XVII, que contém um fragmento da cruz de Cristo. A peça traz uma inscrição que diz “Hoc nostra coelum tenuit in legno salus” [Nesta Madeira a nossa Salvação Alcançou o Céu].
Outras obras são a afamada “Ressurreição”, de Ticiano, as primeiras imagens que se tem notícia de Pedro e Paulo, relicários de santos e tantas outras de inestimável valor histórico e cultural. À disposição para os peregrinos que quiserem vê-las de perto. “É uma das coisas mais bonitas que já vi até hoje”, afirmou o peregrino de Caxias do Sul, Augusto Dosso, 20. Apesar de ser professor de música, ele conta que gostaria de ter ainda mais conhecimento de arte para apreciar devidamente as obras. E que os amigos caminhassem mais devagar para que ele pudesse ficar mais tempo frente a cada uma. “Realmente me impressionou. É pela cultura que a gente passa valores e assim os jovens podem ter contato com essa cultura milenar e eterna”, salientou.
O estudante de Arquitetura e Urbanismo de Jacareí, São Paulo, Luís Missao Aoki, 22, estava vibrando por estar à frente de todas as obras e referências estéticas que via nos livros. “É maravilhoso. Ter aberto essas portas faz a arte unir a todos”, disse ele, que classificou Da Vinci como “inexplicável”.
A mostra continua no Rio de Janeiro até o dia 13 de outubro.