A professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Daniele Luckow, foi a responsável pelo desenvolvimento do inventário sobre o patrimônio cultural arquitetônico da zona urbana de São Lourenço do Sul. O texto recentemente virou lei municipal e deverá auxiliar a preservação da história arquitetônica do município.
De acordo com a docente da UCPel, 45 prédios selecionados passarão a ser protegidos e seus proprietários terão que seguir diretrizes para a realização de intervenções. A lei ainda deverá auxiliar o município na obtenção de recursos para a qualificação dessas edificações e dos espaços em seu entorno. “Através do inventário, também será possível ver formas para isenção de impostos que deverão ser revertidos em melhorias para os imóveis”, explicou a docente.
O inventário do patrimônio cultural e arquitetônico iniciou no ano de 2006 e contou com a participação de acadêmicos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da UCPel e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Na época, foram identificados 400 prédios históricos na zona urbana. A professora da UCPel deu prosseguimento ao levantamento realizado durante sua dissertação de mestrado, que abordou a mesma temática.
O trabalho desenvolvido pela arquiteta e urbanista foi o primeiro a ser realizado com essa intenção em São Lourenço do Sul. Cada edificação que integra o inventário possui um laudo com informações como níveis de preservação, de conservação e especificações das características arquitetônicas. Conforme Daniele, a prefeitura de São Lourenço do Sul optou pela realização do inventário ou invés do tombamento – que é mais restritivo - para possibilitar a realização de um trabalho mais próximo da realidade local.
Resgate da história
A professora da UCPel conta que dos 400 imóveis estudados, foram selecionados os 45 mais relevantes. “A maioria desses prédios ficam localizados próximos à área em que iniciou a cidade”, comenta. No patrimônio cultural arquitetônico da zona urbana do município, destaca-se uma mistura entre características de origem alemã e portuguesa. “Achei interessante que encontrei características portuguesas em prédios construídos por alemães que optaram por adotar outro estilo”, frisou.