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Como garantir um nascimento seguro em uma maternidade de alto risco
16.04.2019 | 15:59 | #institucional
Como garantir um nascimento seguro em uma maternidade de alto risco
O dia mais importante da vida da maioria das mulheres é aquele em que olham nos olhos de seus filhos pela primeira vez. Para garantir segurança a este momento o Complexo de Saúde do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) ampara mais de 2 mil gestantes por ano para realização de partos. 
 
O HU é referência materno-infantil na Região Sul do Estado, está habilitado e conta com toda estrutura necessária para receber pacientes de alto risco nos 21 leitos da maternidade.
 
Durante o pré-natal as pacientes contam com o Ambulatório Dr Franklin Olivé Leite, Centro de Diagnóstico por Imagem e Laboratório de Análises Clínicas 24h no próprio hospital. Além disso, a instituição mantém a Casa da Gestante, com 14 leitos SUS, onde recebe pacientes de alto risco que precisam permanecer internadas por períodos mais prolongados, contribuindo para a redução dos riscos materno e neonatal.
 
Luisa Helena Dallmann, permaneceu na Casa da Gestante durante longos 50 dias, onde recebeu toda assistência necessária para a gestação de alto risco. “É meu segundo filho e eu necessitava acompanhamento especial e medicação controlada. Fui muito bem recebida e acolhida”, contou. O encontro tão aguardado ocorreu no momento seguro da gestação. “Foi tudo muito tranquilo. Estávamos muito bem de saúde e foi possível parto normal. Muito bom o atendimento tanto das equipes de enfermagem quanto dos médicos”, acrescenta. 
 
Em 2018 foram realizados 2.117 partos no HU, 743 partos normais e 1374 cesarianas.“O HU acolhe os casos gestacionais mais graves da região tanto de patologias gestacionais como hipertensão, pré-eclâmpsia e diabetes quanto de bebês - devido ao suporte da UTI Neo-natal – como por exemplo prematuros, gemelares e até mesmo malformações fetais. Portanto nosso índice de nascimentos de alto risco é bastante grande, elevando a taxa de partos cesáreos”, explica a Médica Obstetra do HU, Francine Zanetti. 
 
Caroline Silva, 25 anos, fez muitos planos para o parto de sua filha, porém a pré eclampsia na 36 semana de gestação atrapalhou o sonho do parto normal. “Aurora nasceu linda, saudável e cheia de saúde, através de uma cesárea. A equipe do Centro Cirúrgico me acalmou e garantiu que tudo ficaria bem. Fui muito bem atendida por toda equipe que me acompanhou, sempre muito carinhosos e atenciosos”, lembra. 
 
A dor do parto
 
Diversos fatores podem influenciar na intensidade da dor durante o parto. As pesquisas revelam que sentimentos como medo, ansiedade e tensão, idade e peso da paciente, condições socioeconômicas além da motivação para a maternidade podem ser decisivos nesse momento. Portanto a acolhida recebida pela parturiente pode mudar os rumos desse dia tão especial.
 
Do total de 743 partos normais realizados no HU em 2018, 301 mulheres receberam medidas não farmacológicas para conforto da dor – entre elas massagens nas pernas, pés e região lombar, banho morno,exercícios respiratórios e pélvicos além de posições na bola de pilates, compressas e escalda pés. A Enfermeira Supervisora da Maternidade, Daiane Leal, explica que os dados são obtidos em entrevista realizada no pós-parto com todas as pacientes que passam pelo hospital. “A paciente precisa confirmar a utilização de, pelo menos, três medidas durante o trabalho de parto para que o dado seja computado nessa estatística”, ressalta.
 
A Obstetra reforça que a anestesia durante o parto normal, bloqueia a dor, porém não pode ser realizada em todas as pacientes. “No HU realmente não ofertamos analgesia de parto como rotina porque existem critérios técnicos para esta prescrição. Além disso o uso do anestésico eleva os índices de utilização do fórceps porque a paciente pode perder a sensibilidade para fazer força e ajudar o bebê a nascer. Porém os métodos não farmacológicos que ofertamos têm se mostrado muito positivos pois as pacientes conseguem relaxar e evoluir de maneira muito mais satisfatória no trabalho de parto”, relata.
 
O poder do acalento materno
 
644 mulheres realizaram contato pele a pele com o bebê no pós-parto neste último ano na instituição. O que significa que receberam o filho no colo imediatamente após o nascimento para amamentação e fortalecimento do vínculo, durante pelo menos uma hora. 
 
O contato pele a pele acalma o bebê e a mãe que entram em sintonia única proporcionada por esse momento; auxilia na estabilização sanguínea, batimentos cardíacos e respiração da criança; reduz o choro e o estresse do recém-nascido garantindo menor perda de energia e mantendo o bebê aquecido pela transmissão de calor de sua mãe. “Ainda temos muito a melhorar, porém nos orgulhamos do aumento significativo deste indicador ao longo dos anos. Além disso é importante ressaltar que somente estão aptos para o contato pele a pele mães e bebês totalmente saudáveis. Devido aos nascimentos de alto risco muitos estão impossibilitados de vivenciar estes momentos”, ressalta a Enfermeira. 
 
Ensino
 
O Diretor de Assistência do Hospital Universitário, Edevar Rodrigues Machado Junior, reforça que o HU é referência absoluta em diversas áreas de especialidades médicas, sendo em alguns casos a melhor referência e em outros a única para mais de um milhão de habitantes da macrorregião Sul.
 
A instituição é ainda o maior laboratório de ensino da Universidade Católica de Pelotas e abriga todos os cursos Centro de Ciências da Vida e da Saúde para a formação prática dos alunos. “A história do HU é recheada de coisas bonitas, o que passa obrigatoriamente pela sua vocação. Este hospital foi concebido para ser um berço acadêmico, para formar pessoas e entregar esse capital humano para a sociedade pelotense”, lembra o Diretor.
 
Os acadêmicos são formados de acordo com a melhor prática médica e mais atualizado conhecimento literário da área. “Formamos profissionais médicos e necessitamos fazê-lo nas melhores práticas, aliado as melhores diretrizes humanistas. Formamos pessoas realmente vocacionadas a ajudar”, completa Edevar.
 
Violência Obstétrica
 
O Diretor concorda que o tema é bastante pertinente, porém tranquiliza as gestantes e futuras mamães sobre as práticas adotadas na instituição. “Em nossa maternidade atuamos com o princípio do parto seguro. O tema violência obstétrica deve ser tratado com muito critério e sob o ponto de vista técnico, pois acredito que sejam exceções à regra. Afirmo com absoluta propriedade que no HU essas práticas não ocorrem”, afirma.
 
Francine Zanetti evidencia que ao longo dos anos a medicina evoluiu desenvolvendo técnicas que permitem assistência de mais qualidade às mães e bebês. “Antigamente muitas mulheres morriam durante o trabalho de parto e bebês também devido à falta de fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral adequados. No entanto o que ocorre atualmente é que muitos procedimentos do ato médico que, na verdade não são uma violência, estão sendo mal interpretados”, garante.
 
“Nenhum destes procedimentos é feito de rotina no HU, todos têm indicações técnicas e estão embasados em literatura médica. Nunca realizaremos um procedimento desnecessário que possa agredir uma paciente voluntariamente”, explica. A Obstetra acrescenta ainda que as equipes da maternidade são capacitadas para garantir o acolhimento humanizado, informando as gestantes sobre a importância de todos os procedimentos que serão adotados e como os profissionais executarão cada manobra.
 
A Obstetra Clarissa Rocha explica que imediatamente após o acolhimento das pacientes, os protocolos são utilizados para guiar o atendimento. “Nossa equipe multidisciplinar acolhe, orienta e examina as gestantes baseada nas evidências da literatura médica para que estejam seguras e confiantes em nosso serviço. O acolhimento será sempre visando o parto sem riscos para garantir o melhor desfecho possível para mãe e bebê”, reforça.
 
“A obstetrícia é muito dinâmica. Muitas situações exigem rapidez na tomada de decisões e ação imediata. Alguns segundos podem fazer toda diferença. Nós estudamos muito e podemos afirmar o que naquele momento, é mais seguro para mãe e bebê. Portanto acredito que violência obstétrica não se aplica a nossa realidade,mas sim as melhores práticas para garantir o parto seguro”, acrescenta Clarissa.
 
“Em nossa instituição se pratica o parto seguro e humanizado através de uma visão ampla da assistência a gestante e ao bebê, com respeito à dignidade humana e também às técnicas mais reconhecidas na literatura médica. Preservamos muito essa responsabilidade pela nossa identidade católica, vocação acadêmica e pelo nosso compromisso social”, conclui o Diretor Edevar Machado Junior.
 
Redação: Mariana Santos
 
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