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34% das mulheres sofreram assédio no transporte coletivo em Pelotas, aponta pesquisa do GESP/UCPel
34% das mulheres sofreram assédio no transporte coletivo em Pelotas, aponta pesquisa do GESP/UCPel

O número de mulheres assediadas no transporte coletivo urbano em Pelotas está acima da média nacional. Segundo pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da Universidade Católica de Pelotas (PPGPSDH/UCPel), 34% das usuárias foram vítimas de algum assédio ou violência sexual, sendo 22% nas modalidades de contato físico.

No Brasil, a média é de 7,8%, de acordo com dados de pesquisa do Fórum Nacional de Segurança Pública. Em Pelotas, o levantamento foi realizado em 27 de março pelo Grupo de Estudos em Segurança Pública (GESP), em parceria com a Campanha Permanente de Conscientização e Enfrentamento ao Assédio e Violência Sexual no Município de Pelotas. Ao todo, 407 mulheres foram ouvidas.

Assédio com contato físico (toques e aproximação corporal inoportuna) foi a maior incidência registrada pelas vítimas, em 63,5% dos casos. Seguido por assédio verbal (52,8%) e assédio com contato físico forçoso (7,8%). Outras modalidades foram descritas por 2,8% das mulheres. Nenhum caso de estupro foi identificado. Quanto a faixa etária, o maior percentual se deu entre 16 e 24 anos.

O boletim técnico divulgado ainda aponta repetição do comportamento abusivo pelos homens. Isso porque, 29% das mulheres declarou ter sentido constrangimento em três ou mais vezes no último ano, enquanto 20% em duas e 21% uma vez. Além disso, 43% das vítimas não denunciaram a violência por possível descrença com o Sistema de Justiça.

Conforme acreditam as pós-graduandas do PPGPSDH responsáveis pelo boletim, Flávia Duarte e Marina Madruga, a pesquisa alerta para a naturalização da violência de gênero na sociedade e reforça a Campanha. “Diante dos dados, as empresas de transporte coletivo deveriam aderir ao enfrentamento do assédio e violência sexual em Pelotas”, completam.

O GESP integra o Grupo Interdisciplinar de Estudos Criminais-Penitenciários (GITEP) do PPGPSDH da UCPel. A pesquisa possui grau de confiabilidade de 95%.

 

Redação: Piero Vicenzi - Foto: Janine Tomberg (Prefeitura de Pelotas)

 

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